segunda-feira, 13 de maio de 2019

Lula: uma memorável entrevista


*MEMÓRIAS DE UM FILOSOFO POLITICO

Entrevista com Lula

A marcante entrevista do ex-Presidente Lula à ‘Folha de São Paulo” e ao jornal espanhol “El Pais”, mexeu com os nossos sentimentos de nacionalidade e de esperança. As frases, as opiniões, a postura, o principio espiritual e, principalmente o caráter que define um grande homem e um grande líder, estão fortemente demonstrados naquele inédito conteúdo que fala da sua instigante e desafiadora trajetória de vida, dos seus momentos de dificuldades palmilhando um caminho cheio de obstáculos, desde sua origem no emblemático sertão nordestino, passando pela revoada de retirante no “pau de arara”. A chegada no cenário sulista de São Paulo, a militância nos movimentos sociais sindicais na região do ABC, uma escola da vida, o crescimento, o contexto familiar, o aperfeiçoamento dos atributos, a projeção, o P.T., o ingresso na politica, as candidaturas, deputado federal, depois o pleito de governante máximo do país, o ponto culminante conquistado pelo voto livre e soberano do povo, dois mandatos populares à frente da Presidência da Republica Federativa do Brasil.

Também não tergiversou quanto ao enfrentamento da tempestade, nesse período como prisioneiro politico, das lições que aprendeu, da maturidade ampliada, da ausência de ressentimentos, da consciência do condutor de alta envergadura, do guerreiro, do mártir e, sobretudo do “Homem de Estado” que construiu um importante legado materializado nas ações publicas fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.

  "Se eu tivesse preocupação de ser julgado eu não estaria no Brasil. Eu estou aqui porque quero estar aqui". 
No Brasil, após esse episódio do julgamento do ex-Presidente Lula, transformado num evento midiático, tendencioso e eminentemente politizado, que provocou um precedente perigoso a respeito da representação pública, a qual, deve merecer em uma democracia bem constituída a confiança na sua integridade. Ao contrario, o judiciário se apequenou, exerceu um papel mesquinho de correia de transmissão de interesses grupistas dos poderosos que nutriam um único propósito, eliminar a qualquer custo, a militância de Lula.

Pelo visto, uma violência inominável e que abre caminho a novas mazelas no futuro. Exatamente, praticado pelo judiciário, poder da republica encarregado de ser o guardião da constituição, mas que, acaba andando na contramão dos princípios constitucionais e da defesa dos interesses coletivos da sociedade nacional.

"Um juiz de 1ª instância fazer todos os desatinos que o Moro fez. O Moro fornecia a imprensa a informação do jeito que ele entendia. Ai a imprensa transformava a mentira do Moro em verdade. E ai o cara estava condenado. Porque você acha que eu resolvi resistir?"

Enfrentamos uma etapa de transição difícil e as forças econômicas e sociais exigem, em consequência, novos objetivos e uma readaptação do Estado à nova realidade.

Por outro lado, o governo eleito, até agora, parece um barco sem rumo, onde uma família inteira pretende o comando sem se preocupar com a direção.

A oposição cumpre o seu papel, segue na logica de alternativas para os problemas nacionais, mas, na medida da realidade brasileira e, não atendendo os apelos sensacionalistas do Governo, caso da “reforma da previdência”, alardeada como remédio indispensável pra retomada do desenvolvimento no país.

O Legislativo é o local adequado para o diálogo democrático, não deve ser hostilizado e muito menos criminalizado. Ao governo cabe se organizar e encaminhar ao Congresso (Câmara e Senado) os projetos que contemplem os problemas nacionais, a fim de serem submetidos ao debate, com criticas, sugestões e modificações porventura uteis, contribuindo dessa forma para o exercício republicano da gestão politica entre os poderes – Executivo, Legislativo e o Judiciário.

"Ele não nasceu para isso. Ele nasceu para se esconder atrás de uma toca e ficar lento o código penal. Ele tem que se expor ao debate. Eu, por exemplo, adoraria, se sair daqui, a fazer um debate com o Moro sobre os crimes que cometi". 
Ainda versando sobre a entrevista, na consciência de todos aqueles que defende a liberdade e a dignidade humana, a referida entrevista do ex-Presidente Lula é um paradigma que reafirma o respeito e a admiração à sua figura pública de autentico democrata comprometido na defesa dos mais carentes, que enfrenta esse momento de tirania, de vicissitudes, com serenidade e bravura cristã, aliado apenas com a sua extraordinária biografia de maior liderança popular da politica nacional.

Vale destacar que essa malsinada prisão politica não diminuiu a sua motivação em continuar ajudando o Brasil. Essa é uma lição indelével que a sua postura e o seu estado de espirito transmitem ao país e ao mundo.

"Não acredito que Moro e o juiz que me julgou durmam com a consciência tranquila que eu durmo".
Lula sacrifica-se pela honra, defende com plena convicção sua dignidade.

A entrevista reflete um sentido claro que bem denuncia a sua intima verdade coerente com o seu protagonismo publico que jamais variou e que não varia agora e o coloca no panteão entre os maiores chefes de Estado da historia do Brasil.

Por maior que seja a sua dor e revolta com todo esse elenco de mentiras para envenenar a opinião pública, o que existe na entrevista é a centralidade de uma mensagem positiva, são expressões de ordem emocional e politica que exprimem crença no Brasil.

Aliás, um gesto de compreensão e harmonia essencial para restaurar o clima de paz e progresso em prol da gente brasileira.

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