quarta-feira, 24 de abril de 2013

Clima é de um racha no PP baiano



Terceiro maior partido no estado em número de prefeitos e segundo em quantidade de votos, o PP estaria em clima de divergências internas, que podem suscitar no afastamento de alguns membros em direção à recém-criada sigla Mobilização Democrática (MD). Centralização de poder nas mãos de apenas uma liderança, favorecimento de um grupo e estratégia de sobrevivência política são motivações apontadas nos bastidores para o suposto ambiente de racha. No centro da disputa estariam os “mui amigos” deputados federais Mário Negromonte e João Leão, que dirigem a legenda na Bahia.

Consta que ambos teriam se desentendido sobre os rumos do PP por conta da guerra por espaços e, insatisfeito, Leão cogitou até migrar para o novo partido e com ele carregar nada menos que seis deputados, sendo dois da bancada federal (Roberto Britto e Luiz Argolo) e quatro da estadual (Cacá Leão, Luiz Augusto, Ronaldo Carletto e Aderbal Caldas). Na posição de presidente estadual e vice-presidente nacional do partido, Negromonte negou de forma taxativa a existência de conflitos e se referiu a “intrigas” vindas de fora. Leão, que está na vice-presidência em solo baiano, também rechaçou, atribuindo a especulações.

Porém, nos corredores da Assembleia Legislativa, deputados já teriam expressado a insatisfação a colegas de outros partidos, com a alegação de que haveria monopólio de benesses por parte de alguns membros do PP. Há informações de que algumas rusgas tiveram início na disputa pela liderança da bancada progressista na Casa, sendo pivôs os deputados Mário Negromonte Jr. e Ronaldo Carleto, o que dividiu temporariamente o grupo, formado por cinco parlamentares. Júnior quis o comando, mas não teve a posição cedida por Carleto.

Além do tão cogitado MD, foi ventilado também que alguns estariam em movimentação rumo ao PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, líder nacional que pretende disputar a Presidência da República, embora pertença à base aliada ao governo Dilma. Consequentemente, entrariam na campanha de Campos, que na Bahia pode ser sustentada pela candidatura da senadora Lídice da Mata, presidente do PSB em âmbito estadual.

“Não tem centralização. Trato todos democraticamente e não tem ninguém que reclame publicamente porque trato todos iguais e todos têm o mesmo espaço”, afirmou o presidente Negromonte. Segundo ele, o partido cresceu e adquiriu “respeitabilidade e credibilidade” com o seu comando, justamente por causa da “gestão democrática”. “O partido é outro hoje. O PP tem 500 vereadores, 55 prefeitos, 56 vice-gestores”, exaltou.

O líder progressista também descartou falta de entendimento com Leão. “Eu moro no apartamento dele. O que há são partidos querendo galgar poder e querendo fazer intrigas”, disse, enfatizando ainda a sua conquista como presidente, fator que teria a aceitação da maioria.

O deputado João Leão também rejeitou os rumores. Segundo ele, o poder de decisão estaria dividido entre ele e Negromonte. “Não tem absolutamente nada. Estamos cada dia mais fortes, talvez por isso tenha gente querendo incrementar divergências dentro do partido”, provocou. Segundo ele, todas as questões estão acordadas, inclusive a liderança do partido, e “o resto não passa de fofoca miúda”. Leão destacou ainda que não pretende sair do PP e que está em clima de tranquilidade com toda a bancada.

Houve especulações em torno da força do deputado, que tem se movimentado com a realização de debates sobre as obras da Ferrovia Oeste-Leste. Apesar de frisar que seria inverdade a separação do ninho progressita, Leão não minimiza ao falar de sua influência. “Se eu sair levo 30 prefeitos que tenho comigo e 23 de outros partidos que me acompanham”. 

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