O desembargador Carlos Alberto Dultra Cintra, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), se aposenta compulsoriamente este mês. No dia 28 de abril, ele completa 70 anos e será obrigado a deixar a Justiça Baiana. Em entrevista à Rádio Sociedade, na manhã desta terça-feira, ele negou que o TJ-BA seja o pior do Brasil, como afirmou o ministro Francisco Falcão, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com o CNJ, o TJ baiano é o mais atrasado do Brasil na regularização dos cartórios e apresenta “excesso de cargos comissionados” na presidência. “Não concordo com o CNJ. Tenho a impressão que houve uma precipitação do corregedor. Se houve alguma falha, deve ser detectada e informada para ser corrigida e não divulgar amplamente para a imprensa. Acho que foi uma decisão precipitada, e acho que o TJ da Bahia não é o pior do país. Temos problemas sim, mas trabalhamos para corrigi-los”, defendeu Dultra Cintra.
O magistrado afirmou que medidas estão sendo tomadas no país para melhorar o Poder judiciário. “Estamos tendo mudanças gradativas. Temos problemas seríssimos aqui que em outros estados não tem, principalmente quando se fala em investimentos e recursos, já que a Bahia é um estado pobre. Acredito que estamos melhorando, mas a Justiça ainda está ruim no Brasil e na Bahia”, completou.
Dultra Cintra também relembrou o tempo em que lutou contra o “carlismo” na Bahia e fez comentários a respeito da postura do falecido senador. “Ele tinha virtudes e defeitos e ele próprio sabia disso. Na época, eu era o mais antigo e não aceitei não ser o candidato. Meus colegas queriam mudança no Judiciário. Tivemos muitas brigas”. Ele comentou o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aplicado como requisito para que bacharéis em Direito possam ingressar na advocacia e falou sobre a qualidade do ensino. “Se o aluno for bom e tiver condições ele vai passar pelo exame sem problemas, agora se ele foi reprovado é a prova de que não tem condições de ser um advogado. Não vejo problema na prova e concordo com a aplicação do teste”.
Informações do Politica Livre
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