Por TONI SCIARRETTA
/ DE SÃO PAULO
A uma semana de a intervenção do Banco Central no BVA completar seis meses, aumentaram as chances de salvá-lo com a venda para o empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, conhecido como "sr. Caoa" e dono da concessionária de veículos que leva o seu nome.
Pelo menos 83% dos credores do BVA aderiram à oferta do empresário, de comprar as dívidas dos investidores pagando à vista 35% do valor não recebido, com a possibilidade de obter mais 35% se o banco for bem-sucedido na recuperação dos créditos considerados podres.
Ou seja, um aplicador pessoa física que comprou um CDB de R$ 1 milhão um ano antes da intervenção teria direito a receber cerca de R$ 1,088 milhão, considerando juros de 8,8% (110% do CDI) no prazo da aplicação.
ARTE Folha
Caso esse investidor já tivesse recebido os R$ 70 mil garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), teria ainda um saldo de R$ 1,018 milhão.
Se concordasse com a oferta, venderia esse crédito por R$ 356,3 mil (35%) com a promessa de receber até mais R$ 356,35 mil, dependendo do sucesso do banco.
Os 35% oferecidos partem da hipótese de que o banco terá perdas de 65% da carteira, que seriam "socializadas" com todos os investidores.
O próprio Fundo Garantidor de Créditos, que também é credor do BVA, apoia a proposta de Caoa.
A proposta é semelhante à feita pelo mesmo FGC para salvar o Cruzeiro do Sul. Naquele caso, seriam pagos 49,5% do valor das aplicações. Os credores aceitaram, mas não houve um comprador interessado.
Já no caso do BVA, existe um comprador, mas ele exige que pelo menos 95% dos credores aceitem a proposta.
A Folha apurou, porém, que o empresário e o próprio Banco Central poderiam aceitar um índice ligeiramente menor de adesões.
O maior entrave são alguns fundos de pensão que, estatutariamente, não podem aceitar esses deságios.
FINANCIAR CARROS
Nessa empreitada, Caoa deve desembolsar perto de R$ 1 bilhão comprando a dívida dos credores, além dos R$ 500 milhões que já aplicou no banco. Para colocar o BVA em operação (a intenção de Caoa é ter um banco para financiar a venda de veículos de sua concessionária), deverá investir perto de R$ 1 bilhão na instituição.
Com essa quantia, poderia facilmente começar um banco do zero. Por outro lado, afirma um dos negociadores, ele perderia os R$ 500 milhões aplicados e e sairia derrotado da empreitada de salvar o BVA, em que acredita.
Hoje, acontece a assembleia dos cotistas do fundo administrado pela gestora Drachma, que tem R$ 217,2 milhões aplicados em títulos do BVA. Se os cotistas decidirem aceitar a oferta, a adesão atingirá cerca de 90% dos credores, segundo fontes.
A negociação está sendo coordenada pelo Banco Plural, instituição fundada pelo ex-sócio do antigo Pactual Rodolfo Reichert, e pela financeira Solfin Fundamenta, especialista em recuperação de dívidas.
Se a venda do BVA vingar, Caoa deve colocar na presidência Pedro Vasconcelos ou o próprio Rodolfo Reichert, profissionais de prestígio no mercado financeiro.
O negócio terá de passar ainda pelo crivo dos técnicos do Banco Central.
/ DE SÃO PAULO
A uma semana de a intervenção do Banco Central no BVA completar seis meses, aumentaram as chances de salvá-lo com a venda para o empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, conhecido como "sr. Caoa" e dono da concessionária de veículos que leva o seu nome.
Pelo menos 83% dos credores do BVA aderiram à oferta do empresário, de comprar as dívidas dos investidores pagando à vista 35% do valor não recebido, com a possibilidade de obter mais 35% se o banco for bem-sucedido na recuperação dos créditos considerados podres.
Ou seja, um aplicador pessoa física que comprou um CDB de R$ 1 milhão um ano antes da intervenção teria direito a receber cerca de R$ 1,088 milhão, considerando juros de 8,8% (110% do CDI) no prazo da aplicação.
ARTE Folha
Caso esse investidor já tivesse recebido os R$ 70 mil garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), teria ainda um saldo de R$ 1,018 milhão.
Se concordasse com a oferta, venderia esse crédito por R$ 356,3 mil (35%) com a promessa de receber até mais R$ 356,35 mil, dependendo do sucesso do banco.
Os 35% oferecidos partem da hipótese de que o banco terá perdas de 65% da carteira, que seriam "socializadas" com todos os investidores.
O próprio Fundo Garantidor de Créditos, que também é credor do BVA, apoia a proposta de Caoa.
A proposta é semelhante à feita pelo mesmo FGC para salvar o Cruzeiro do Sul. Naquele caso, seriam pagos 49,5% do valor das aplicações. Os credores aceitaram, mas não houve um comprador interessado.
Já no caso do BVA, existe um comprador, mas ele exige que pelo menos 95% dos credores aceitem a proposta.
A Folha apurou, porém, que o empresário e o próprio Banco Central poderiam aceitar um índice ligeiramente menor de adesões.
O maior entrave são alguns fundos de pensão que, estatutariamente, não podem aceitar esses deságios.
FINANCIAR CARROS
Nessa empreitada, Caoa deve desembolsar perto de R$ 1 bilhão comprando a dívida dos credores, além dos R$ 500 milhões que já aplicou no banco. Para colocar o BVA em operação (a intenção de Caoa é ter um banco para financiar a venda de veículos de sua concessionária), deverá investir perto de R$ 1 bilhão na instituição.
Com essa quantia, poderia facilmente começar um banco do zero. Por outro lado, afirma um dos negociadores, ele perderia os R$ 500 milhões aplicados e e sairia derrotado da empreitada de salvar o BVA, em que acredita.
Hoje, acontece a assembleia dos cotistas do fundo administrado pela gestora Drachma, que tem R$ 217,2 milhões aplicados em títulos do BVA. Se os cotistas decidirem aceitar a oferta, a adesão atingirá cerca de 90% dos credores, segundo fontes.
A negociação está sendo coordenada pelo Banco Plural, instituição fundada pelo ex-sócio do antigo Pactual Rodolfo Reichert, e pela financeira Solfin Fundamenta, especialista em recuperação de dívidas.
Se a venda do BVA vingar, Caoa deve colocar na presidência Pedro Vasconcelos ou o próprio Rodolfo Reichert, profissionais de prestígio no mercado financeiro.
O negócio terá de passar ainda pelo crivo dos técnicos do Banco Central.
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