quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

As viúvas da corrida presidencial tumultuam votação no congresso


A votação de ontem do projeto que altera a meta fiscal para este ano foi tumultuada por um grupo de 26 pessoas que certamente orientadas pelas viúvas do processo eleitoral na corrida presidencial (PSDB e DEM).

Uma nova sessão foi marcada para hoje, às 10h. Após mais de duas horas de discussão entre parlamentares sobre a presença de populares nas galerias da Casa, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ordenou à polícia a retirada dos manifestantes.

A atitude de Calheiros foi motivada pelo enorme barulho provocado pelos manifestantes, que gritavam palavras de ordem e atrapalhavam a sessão. O estopim da confusão foi o protesto da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) de que gritos de "vagabunda" teriam sido proferidos enquanto a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) falava na tribuna. Oposicionistas defendem que os populares gritavam, na verdade, "Vai pra Cuba".

"Esta obstrução é única em 190 anos do Parlamento. Foram 26 pessoas assalariadas impedindo os trabalhos do Congresso Nacional", esbravejou Renan, que acusou a oposição de levar à Casa uma militância paga.

Haviam sido distribuídas aos partidos cotas na ocupação das galerias proporcionais às bancadas. O PT, por exemplo, teria direito a 16 cadeiras. O PSDB, a dez lugares. A oposição, que estimulou a presença de seus simpatizantes no Congresso, queria que a entrada fosse livre, já que muitos dos seus buscavam acompanhar a sessão. Entre os manifestantes, alguns trajavam camisetas com inscrições "Impeachment já".

"Não podemos admitir que uma claque paga agrida uma parlamentar", defendeu Jandira. A Polícia Legislativa enfrentou dificuldades para retirar os ocupantes das galerias. Deputados que foram ao local a fim de tentar conter o tumulto ficaram no meio de um empurra-empurra.

"O que aconteceu aqui hoje foi um golpe à democracia. Havia parlamentares da oposição na galeria, organizando um processo para inviabilizar a votação. É gravíssimo", disse o líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS).

Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado e que se encontra doente e ainda inconformado de ter perdido as eleições presidenciais, comenta "o grave equívoco foi impedir que as pessoas pudessem participar. Ao impedir a abertura das galerias a todos, acirrou-se o clima", justificou.

Mais cedo, o DEM ingressou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para suspender os efeitos do decreto presidencial que condiciona a liberação de recursos para emendas à aprovação do projeto que altera a meta fiscal.

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