sexta-feira, 24 de junho de 2016

A questão hídrica é a maior responsável pela elevação do preço do Feijão.


“O feijão é mais suscetível à deficiência hídrica durante a floração e o estádio inicial de formação das vagens. O período crítico se situa 15 dias antes da floração. Ocorrendo déficit hídrico, haverá queda no rendimento devido à redução do número de vagens por planta e, em menor escala, à diminuição do número de sementes por vagem. “

O feijão é cultivado em praticamente todo o território nacional, porém grande parte da produção está concentrada em apenas 10 estados, PR, MG, BA, SP, GO, SC, RS, CE, PE e PA, responsáveis por praticamente 85% da produção nacional, atingindo anualmente cerca de 3,0 milhões de toneladas, distribuídas em três safras distintas, águas, seca e inverno.

Os dois gêneros de feijões cultivados no Brasil são Phaseulus e o Vigna, sendo que o primeiro é mais cultivado na região Centro Sul (carioca e preto), e o segundo na região Norte/Nordeste (macaçar/caupi).

Apesar da área estar praticamente estagnada nestes últimos anos, a produção tem crescido, devido a introdução de variedades mais produtivas e mais resistentes, e também pela inserção do maior número de produtores usando tecnologia, embora grande parte da atividade esteja nas mãos dos pequenos produtores, pouco tecnificados, principalmente na região nordeste, responsável por 30% da produção nacional.

Segundo estimativas, mais da metade da produção brasileira é constituída da variedade carioca, preferida pelos consumidores da região Centro Sul, seguida pelo feijão preto e em pequenas quantidades “outras variedades” que são os feijões, vermelho, canário, jalo, rajado e rosinha, atendendo alguns nichos no mercado interno e externo.

Já na região Norte/Nordeste o predomínio é do feijão de corda, também conhecido como macaçar (utilizado na elaboração de pratos típicos), além do mulatinho, fradinho, e feijão caupi, apresentando grande variedade de grãos e cores.

A produção de feijão preto se concentra no Sul do país, enquanto do carioca, começa em SC, estendendo-se por toda a região Sudeste, Centro Oeste e parte do Nordeste. É nesta região, que se destaca o estado da Bahia, 3º no ranking da produção nacional, produzindo em duas épocas do ano, um bom volume de feijão carioca, principalmente nas regiões de Irecê, (plantada entre os meses de dez. e jan.) e Ribeira do Pombal na época de inverno (entre mar.e abril). Nota-se que nesta época (inverno), no estado de PE, especificamente na região de Garanhuns, há alguns plantios de feijão preto.

Na faixa que vai da BA até o Rio Grande do Norte, é onde está concentrada a produção da variedade Vigna, sendo que na região Norte (RO), a maior parte da área é destinada ao plantio de carioca, com destaque para o estado do Pará, concentrando uma boa produção do feijão caupi e mais recentemente TO, produzindo o carioca, com custos mais baixos, atraindo produtores de GO e MG.



O Brasil é o maior produtor mundial de feijão com produção média anual de 3,5 milhões de toneladas. Típico produto da alimentação brasileira é cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões.

De 10 brasileiros, sete consomem feijão diariamente. O grão, típico da culinária do país, é fonte de proteína vegetal, vitaminas do complexo B e sais minerais, ferro, cálcio e fósforo. O consumo do produto, em média, por pessoa chega a 19 quilos de feijão por ano.

A temperatura e as chuvas são os elementos climáticos que mais influenciam na produção de feijão. As altas temperaturas prejudicam o florescimento e a frutificação do feijoeiro, enquanto as baixas podem provocar a perda das flores. Alta temperatura acompanhada de baixa umidade relativa do ar e ventos fortes têm maior influência na retenção de vagens. Essas condições inviabilizam o cultivo de feijão na Região Sul durante o inverno e no Norte, devido ao maior risco de ocorrência de doenças.
O feijão é mais suscetível à deficiência hídrica durante a floração e o estádio inicial de formação das vagens. O período crítico se situa 15 dias antes da floração. Ocorrendo déficit hídrico, haverá queda no rendimento devido à redução do número de vagens por planta e, em menor escala, à diminuição do número de sementes por vagem.

O feijoeiro é uma planta com raiz delicada, com sua maior parte concentrada na camada de até 20 cm de profundidade do solo, por isso, deve-se ter um cuidado especial na escolha da área. Solos pesados, compactados, sujeitos a formar crosta na superfície ou ao encharcamento não são adequados para a cultura do feijoeiro. São recomendados solos com boa aeração, de textura areno-argilosa, ricos em matéria orgânica e elementos nutritivos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário