sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Truco, Ladra!! Federação de Agricultura do Maranhão acusa Miriam Leitão de mentir sobre desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá




Alvíssaras! É bom saber que existe quem esteja trabalhando duro pelo Agro em pleno feriado. A Federação de Agricultura e Pecuária do Maranhão, na pessoa do seu Presidente, José Hilton Coelho de Souza, acabou de divulgar uma nota oficial acusando Miriam Leitão de divulgar inverdades em texto publicado hoje no jornal O Globo sobre a expulsão de produtores rurais da terra indígena Awá-Guajá.

Para quem não sabe, o governo prepara uma mega operação militar para expulsar 1220 famílias de agricultores pobres do Maranhão de uma área demarcada pela Funai como terra indígena. Todos serão expulsos de terras que consideram suas sem direito a qualquer assistência pelo governo.

Miriam Leitão publicou hoje um texto em seu site afirmando, entre outras inverdades, que haveria uma área do Incra nas proximidades preparada para receber 60 das 1220 famílias que serão escorraçadas da área delimitada pela Funai. É mentira. A informação é falsa. Todos que estão envolvidos no tema sabem disso.

Miram Leitão deu a canelada com o objetivo de dar uma demão de moralidade ao ato medonho do governo de expulsar milhares de famílias pobres de casa dar-lhes qualquer assistência.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão, José Hilton Coelho de Sousa, botou o dedo na cara da jornalista. Disse, por meio de nota oficial, que Miriam Leitão mentiu, que a tal área não existe e pediu que Miriam diga onde fica a área a que ela se refere em seu texto.

Veja íntegra da Nota da Faema:


NOTA:
A Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão – FAEMA, em resposta ao texto publicado pela Jornalista Miriam Leitão em seu blog no Jornal O Globo em 24 de Dezembro de 2013 sob o título Liberação da Terra Awá, vem a público esclarecer algumas inverdades do texto. A jornalista afirma que “há uma área próxima, em Bom Jardim, onde devem ser assentadas 60 famílias.” A informação é falsa. Esta área não existe.

A Federação esclarece que:

Participou de reunião na 5ª Vara Federal do Maranhão no dia 19/12 sobre a operação de desinstrusão da Terra Indígena Awá-Guajá, sendo que neste evento não houve qualquer referência a existência da referida área;
A superintendência do INCRA no Maranhão lançou edital para compra de terras onde deverão ser assentadas as famílias do litígio Awá-Guaja, porém não existe qualquer previsão de quando isto efetivamente ocorrerá;
A FAEMA foi consultada pelo próprio superintendente do INCRA no Maranhão, José Inácio, sobre a possibilidade de a instituição ajudar na mobilização junto a outros produtores rurais que, eventualmente, tenham interesse em disponibilizar terras para venda na região do litígio.A Federação solicita que a jornalista Miriam Leitão, que tem fontes privilegiadas, informe a localização exata da “área onde devem ser assentadas 60 famílias”, para que o juiz seja comunicado e determine a remoção das pessoas desalojadas para o referido local.

Por fim, a Faema, destaca que a operação de desintrusão da terra indígena Awá-Guajá extrapola a esfera judicial. Embora decorra de uma decisão judicial e, portanto, seja legal, a Federação considera um ato imoral expulsar 1.200 famílias de pequenos agricultores pobres sem qualquer plano exeqüível de reassentamento ou qualquer assistência por parte do Estado.


São Luis – MA, 24 de Dezembro de 2013.


José Hilton Coelho de Sousa
Presidente da FAEMA-

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