quinta-feira, 25 de abril de 2013

História da Ferrovia Ilhéus -Conquista


E. F. de Ilhéus a Conquista (1910-1950)
E. F. de Ilhéus (1950-1964)
ILHÉUS
Município de Ilhéus, BA
E. F. Ilhéus (tronco) - km 0 (1960) BA-2631
Inauguração: 1910
Uso atual: demolida sem trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1910


 AS FERROVIAS NA BAHIA
Tomando-se o início do s. XX, por volta do final da década de 1930, como um
patamar em que o sistema ferroviário alcançou sua conformação, pode-se contar que eram
sete as principais linhas ferroviárias que se construíram na Bahia. A primeira, ia da capital,
Salvador, à Juazeiro passando, por Alagoinhas que começou a ser construída em 1956. Uma segunda, iniciada em 1867, a Estrada de Ferro Central da Bahia, ia de Cachoeira para Feira de 
Santana e para a Chapada Diamantina. Uma terceira, que ia de Nazaré a Jequié, foi começada
em 1871. A quarta, a Estrada de Ferro de Santo Amaro foi começada em 1875. A quinta, a
Estrada de Ferro da Bahia a Minas, foi iniciada em 1991. A sexta, era uma ligação do Ramal
de Alagoinhas a Timbó com a Estrada de Ferro de Sergipe, de 1884.
 A última, a Estrada de Ferro de Ilhéus a Conquista, obra de 1904. 


HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco Ilhéus-Itabuna foi aberta em 1910 em seu primeiro trecho, por investidores ingleses da The State Of Bahia South Western Railway Company Limited, com a idéia de alcançar Conquista (Vitória da Conquista). O primeiro ramal, o de Água Preta (Uruçuca), que partia da estação de Rio do Braço, foi aberto ao tráfego em 1914 e estendido até Poiri em 1931. Em 1918 um outro ramal tem iniciada a sua construção, estendendo-se até Itajuípe, aonde chegou em 1934. Foram as máximas extensões da ferrovia, que jamais se comunicou com outras do estado da Bahia ou com a Bahia-Minas, apesar de diversos projetos nesse sentido que jamais saíram do papel. Em 1950, os ingleses repassaram a estrada ao Governo, que mudou o nome para E. F. de Ilhéus. A estrada jamais chegou a Conquista, pelo que se diz, pelo fato de os ingleses já estarem satisfeitos com o que arrecadavam somente com a linha já existente. Em 1963, já estava decadentíssima a ferrovia, que em 1965 já não mais funcionava.

A ESTAÇÃO: Na história dos transportes da região cacaueira de Ilhéus, temos de tomar dois marcos principais para traçar sua evolução: o lançamento da ferrovia e a fundação do Instituto de Cacau da Bahia. Até 1910, quando se inaugurou o primeiro trecho da linha de Ilhéus a Itabuna, apenas se usavam canoas e animais. Os rios por demais acidentados e o excesso de chuvas dificultavam o transporte, mas mesmo assim a exportação de cacau era compensadora. Com o início do tráfego pela via férrea da Estrada de Ferro de Ilhéus a Conquista, a estação de Ilhéus foi inaugurada nesse ano, passando a servir como o seu ponto inicial e como porto de escoamento de cacau e outras culturas da região. O Instituto do Cacau, por sua vez, foi fundado em 1931. Uma das principais providências tomadas foi a construção de rodovias na região, que convergiam para a rodovia-tronco que, como a ferrovia, ligava Ilhéus a Itabuna. A situação da ferrovia, porém, em 1950, quando foi resgatada dos ingleses para a União, era horrorosa: a descrição dos problemas nos relatórios desse ano, com falta de peças, falta de condições de trabalho e outros era desesperadora, causada pela falta de verbas e prejuízos constantes. O edifício da estação Central (estação de Ilhéus) "está encravado no centro do pátio. Não possui plataforma para embarque ou desembarque de passageiros, havendo somente um passeio de cimento, com 5 cm de altura". Mesmo com a ferrovia em frangalhos, em 1954, a antiga

ACIMA: A estação ferroviária de Ilhéus e parte da cidade, por volta de 1958. À direita, o porto, retratado na fotografia mais abaixo (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume VI, 1958). ABAIXO: Vista do porto de Ilhéus por volta de 1950. Na época, ele escoava apenas uma pequena parte da produção de cacau da região para o exterior, pois o porto não permitia a acostagem de navios de grande calado. A maioria do cacau seguia do porto para o porto de Salvador em navios pequenos ou em barcos para a exportação (Revista Brasileira de Geografia, jan-mar 1952, p. 95).



ACIMA: Mapa da ferrovia no município, com a linha que vem da sede dividindo-se em três na altura de Rio do Braço (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume VI, 1958). ABAIXO: No pátio de Ilhéus já semi-abandonado e desativado, em 1971, um flagrante da locomotiva parada havia anos ao léu, a caixa d'água e estação Central, além do depósito de máquinas, à esquerda. Era o fim (Foto Ed Reijnders). Veja mais sobre o pátio em 1971


ACIMA: O antigo pátio ferroviário de Ilheús encheu-se de prédios. A área pertence à empresa CEPLAC. A foto foi tomada nos anos 2000 (Foto Jose Nasal).
ferrovia ainda figurava em regime de concorrência caótica ao lado das rodovias. Partindo de Ilhéus, seus ramais atingiam então as bordas da antiga zona do cacau. O trem era um meio de transporte que estava ainda longe de suprir as necessidades de escoamento da produção agrícola. Apesar disso, a região não dispunha de um rendilhado de estradas tão bom, capaz de escoar rapidamente a produção. A deficiência era compensada, em parte, ainda por processos mais primitivos de transporte: a canoa e o animal de carga. A estação foi desativada por volta de 1964, quando se fechou a deficitária ferrovia, agora parte da Rede Ferroviária Federal - RFFSA, criada sete anos antes. A última fotografia de que se tem notícia do pátio da estação, já abandonado, é do ano de 1971 e está mostrada abaixo.
(Fontes: Ed Reijnders; Jose Nasal; IBGE: Revista Brasileira de Geografia, 1952; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)



Pátio ferroviário da estação Central de Ilhéus, abandonado em 1971, Município de Ilhéus, BA

Fotos: Ed Reijnders, 1971


ACIMA: O pátio ferroviário e o porto são vistos ao fundo. O pátio já estava desativado.

ACIMA: trilhos saem do pátio e seguem pelas ruas da cidade. Na época, já estavam desativados.


ACIMA: trilhos saem do pátio e seguem pelas ruas da cidade. Na época, já estavam desativados.
ACIMA: dentro do pátio, locomotivas, carros, vagões e caixa d'água enferrujando ao tempo.

ACIMA: dentro do pátio, locomotivas, carros, vagões e caixa d'água enferrujando ao tempo.
ACIMA: dentro do pátio, locomotivas, carros, vagões e caixa d'água enferrujando ao tempo.

ACIMA: dentro do pátio, locomotivas, carros, vagões e caixa d'água enferrujando ao tempo.
ACIMA: Aspectos da cidade de Ilhéus.

ACIMA: Aspectos da cidade de Ilhéus.

ACIMA: Aspectos da cidade de Ilhéus.


ACIMA: Aspectos da cidade de Ilhéus.




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