Editorial do Bahia Online
Por todos os lados surgem versões a respeito do que levou o País à ir às ruas. A conclusão é simples. Estão nas ruas do Brasil as indignações das escolas sem merenda e sem professor, da saúde sem atendimento, da voz dos esquecidos, do trabalhador desempregado e sem salário, do roubo sem medo, dos vereadores que trocam o coletivo pelo individual, dos prefeitos que governam para seu grupo de interesses, da esperança que se acabou.
O País resolveu dar um basta.
Se revela para o mundo mas, sobretudo, grita pelo que de errado há aqui mesmo.
Lamenta uma Fonte Nova e um Maracanã pra gringo ver, enquanto milhares de sertenejos morrem de sede sem que se tenha um olhar para a sua história. Rebela-se contra os políticos que se sentem no direito de decidir de acordo com os seus próprios interesses sobre o futuro da nação que nos pertence.
O País, senhores, rebela-se contra o seu próprio silêncio.
Foi emocionante ver a juventude (de todas as idades) nas ruas de Ilhéus e Itabuna.
Fizeram ontem o que já deveriam ter feito há muito tempo.
O importante agora é que esse sentimento de que o futuro de um lugar é construído por sua própria gente não se perca diante das primeiras promessas de redução de tarifas e de mais seriedade com o dinheiro público.
Por que isso é preciso que aconteça de fato.
Logo.
O Brasil acorda a partir da vontade mais democrática de uma nação: do coração e da voz do povo.
Os brasileiros de todas as idades anunciam uma nova Era.
Demorou.
Isso, talvez, nem seja para nós mesmos.
Mas a importância desse movimento pode ajudar a construir um Brasil melhor e de mais respeito para os nossos filhos.
Ah, isso sim.
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