quarta-feira, 22 de julho de 2020

O celeuma sobre as maritacas e amendoeiras em Ilhéus


A gestão de uma cidade passa por conhecimentos práticos de diversas áreas. Um bom gestor tem que ter a sensibilidade de formar uma boa equipe de profissionais que possam lhe ajudar na administração geral do município para que as decisões não sejam tomadas de forma monocráticas. Afinal, por mais preparado e inteligente que seja uma pessoa jamais atenderá a todas as demandas. O último episódio ocorrido com as amendoeiras e as maritacas, em Ilhéus, ficou uma lição a ser observada por todos os gestores do país.

No caso específico do projeto da ponte nova com sua expansão rodoviária, as primeiras atitudes seriam após a aprovação do mesmo, o setor de planejamento juntamente com outros setores competentes, enumerarem as mudanças paisagísticas e seus possíveis impactos. Por essa razão as decisões devem ser tomadas por diversos profissionais da instituição e ouvir as demais da sociedade organizada. Quando o projeto pediu a supressão das amendoeiras-da-praia (Terminalia cattapa L), caberia aos técnicos estudarem a biologia da planta, talvez assim tivessem identificado o problema das maritacas ou periquitos-de-cabeça-amarela que usam as mesmas como dormitório.


Amendoeira-da-praia  (Terminalia cattapa L)

Periquito-de-cabeça -Amarela ou maritaca

Quantos as amendoeiras-da-praia, uma série de alegações favoráveis, afinal é uma planta condenada no paisagismo urbano mundial por trazer danos às vias fluviais e calçadas por ação das suas raízes, suas folhas e frutos que entopem tudo provocando alagamentos. Suas copas danificam as redes elétricas. Plantas que poderiam ser utilizadas nos cordões litorâneos para servir de sombra. As flores das amendoeiras não são atrativas e seus frutos não são aproveitados por nenhum tipo de pássaro.

As amendoeiras têm um papel de dormitório.

Os periquitos ou maritacas tornaram se presente nas árvores de Ilhéus nos últimos 04 anos no verão, por alguma razão desconhecida, esse ano eles também se fazem presente no inverno! Mas, as maritacas não usam o tronco das amendoeiras para fazer seus ninhos, não se alimentam dos seus frutos, apenas se camuflam nas suas grandes e densas folhas param se protegerem da chuva e dos predadores. Logo ao amanhecer, por volta das 05h00min da manhã, elas já estão agitadas e partem em todas as direções em busca de alimentos nos quintais, pomares e sítios para se alimentar de frutas. E ritualmente, todos os dias elas aparecem aos milhares para se empoleirar nas árvores centrais.

A solução mais visível

Se as instituições tivessem submetido essa situação a um profissional, a solução mais razoável que não seria sentido de forma abrupta pelas mesmas, seria a poda gradativa das amendoeiras, iniciando pelas copas densas, onde há maior concentração de folhas. Elas não gostam de ficar exposta ao ar livre, preferem se proteger entre as grandes folhas de forma camuflada ao ficar vulnerável. As aves passam a refugar aquele lugar naturalmente e procuram outros espaços instintivamente. Aos poucos e com podas paulatinas, as aves se afastariam das amendoeiras e em pouco tempo poderiam essas plantas poderiam ser substituídas por espécies mais adequadas.




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