domingo, 13 de outubro de 2024

APA LERA - Lagoa Encantada e Rio Almada


“A água é o nosso recurso natural mais precioso. Tê-lo em quantidade e qualidade é condição determinante para a existência da vida e essencial para o desenvolvimento socioeconômico das nações.”

               O país passa por uma mudança climática drástica e não diferente em nosso Estado. Ao viajar durante dois meses como integrante da Bacias Hidrográficas,  tomei conhecimento da realidade. A nossa região, a qual está inserida na Bacia Hidrográfica Leste, a situação é mais grave pelo índice populacional que ficou a mercê dessa longa crise hídrica que tem interferido tanto no abastecimento das cidades (Itabuna, Uruçuca, Itajuípe, e Ilhéus), assim como na produção de alimentos.
                A crise hídrica de Itabuna, Ibicaraí e Itapé, estão amenizadas após a conclusão da Barragem do Rio Colônia. Mas, até quando será suficiente!
                O Estado chegou a sugerir a  alternativa  mais próxima : Lagoa do Itaípe ou como é conhecida “Lagoa Encantada”.  Hoje totalmente descartada essa possibilidade diante da fragilidade ambiental.
    Para descartar definitivamente a ideia de usar esse recurso, valeria a pena solicitar do Estado um  Plano de Bacia, elaborado para aquela  região hidrográfica, fazendo um diagnóstico da situação dos recursos hídricos e suas fragilidades, assim como ajudar no  planejamento das ações necessárias para a recuperação e conservação dos recursos hídricos na região e no seu entorno. Este é o instrumento que norteará  todo projeto de conservação e manutenção da APA. 

                O Enquadramento da lagoa  e dos pequenos rios que  abastecem a mesma em classes de uso que consiste na determinação das características mínimas da qualidade da água desses  corpos hídricos.
                A Outorga de direito de uso, tem com finalidade a concessão de uso do recurso hídrico, seja este de captação de água, exclusivo para o abastecimento de residências no meio rural. Criar mecanismos  que controla o uso da água, de forma a garantir a todos os usuários o acesso água de forma sustentável.              
                Cabe ao Estado por meio dos órgãos competentes implementar a política, arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos e coordenar a gestão integrada das águas, com vista a planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos. O ideal seria a formação de uma comissão que envolva: A secretaria de Meio Ambiente,  O INEMA, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI), o Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH 's), Agências de Água, e órgãos públicos relacionados aos recursos hídricos.

        Lagoa do Itaipe ou como é conhecida “Lagoa Encantada”.
  
            A Lagoa Encantada está totalmente inserida na Bacia Hidrográfica do Leste e Rio Almada, e abriga as principais nascentes e partes dos cursos d’água que mantém o nível das águas da Lagoa Encantada. 



                A Lagoa é um corpo de água ovoide, irregular, com o eixo maior alinhado na direção E-O. Na sua maior dimensão tem 3,4 km e na direção N-S em torno de 2,5 km. Na época da seca sua profundidade média é em torno de 2 m, variando com as marés, porém, na época da cheias fluviais chega a mais de 2,5 m.
A Lagoa Encantada foi transformada em área de preservação ambiental (APA) em 14 de junho de 1993, através do decreto de número 2.217. Ampliada em de 22 de setembro de 2003 por decreto Estadual No. 8.650 em 13,5 vezes (146.000 ha) abrangendo (Ilhéus, Uruçuca, Itajuípe, Coaraci, Almadina, Ibicaraí e Barro Preto). A qual foi denominada de APA LERA (Area de Proteção Ambiental da Lagoa Encantada e Rio Almada).
                Assim, o espaço ocupado pela área da APA abarca uma realidade sócio-espacial singular, com fortes características da realidade regional com base na lavoura cacaueira. Trata-se da maior lagoa natural de água doce da Bahia, cercada por fazendas e mata nativa, situada ao norte de Ilhéus, no distrito de Castelo Novo, antigo aldeamento indígena dos Querén. 

Foto Jose Nazal

                A Lagoa Encantada é uma área que está entre duas outras unidades de conservação, o Parque Estadual da Serra do Conduru (9.275 ha) e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Salto Apepique (118 ha). Está totalmente inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Almada, e abriga as principais nascentes e partes dos cursos d’água que mantém o nível das águas da Lagoa Encantada. 
                É interligada ao Rio Almada por meio do córrego Itaipe ou Taipe, com 700m de extensão (Foto Jose Nazal). Visando a navegação, construíram um canal de 500 metros à jusante da confluência natural, o qual não é assinalado nos mapas devido a sua pequena escala. Não há influencia da maré por que fica numa posição mais elevada, mas no passado, a lagoa era abastecida, segundo estudos da Oiko por mais de 30 tributários ao norte e os principais são:  Caldeiras (caldeirões), Taguaril e Buranhem, Serapilheira, Inhapi , Ponta Grossa e Apipique (Cachoeira com mais de 40 m de altura). O único escape de águas é sua montante que é o córrego Itaipe. A montante é a principio de fácil controle, não exigindo elevados custos de projetos e de pouco impacto o que pode ser comprovado por meio de elaboração de estudos mais minuciosos. 

Localiza-se no distrito de Castelo Novo, no município de Ilhéus a 22,5 km da sede do município  e 7,5 Km da costa  apresenta um espelho d’água com área de 7,2 km2.

            O Rio Almada faz parte da Bacia Hidrográfica do Leste, nasce no município de Almadina, na Serra do Pereira e passam pelos municípios de Coaraci, Lomanto Júnior, Itajuípe, Uruçuca e Ilhéus. Rio Almada tem 94 Km de extensão.
O Comitê das Bacias Hidrográficas do Leste - CBHL, nasce, com área de atuação nas respectivas bacias hidrográficas, nos termos da RESOLUÇÃO CONERH Nº 08, de 14 de fevereiro de 2006, que aprovou sua proposta de instituição.

            A Bacia do Almada está inserida na região cacaueira da Bahia, local em que as formações florestais de mata atlântica foram mais conservadas devido ao modelo agrícola utilizado (cabruca). A adoção dele fez com que, ao longo de mais de 200 anos, se conservassem importantes fragmentos de floresta, fauna e solo, além dos recursos hídricos.

                Vila de Areias 



            A Vila de Areias é  um único aglomerado humano que existe e é resultado de um processo de formação urbana bem recente. O local foi escolhido em 1980, na ocasião de uma grande enchente no rio Almada, pela Prefeitura de Ilhéus e lideranças locais para o assentamento definitivo dos desabrigados do extinto povoado de Laranjeiras. Foi então desapropriada da Fazenda de Areias uma área de 10 ha (BAHIA, 1999).  O povoado de Areias é formado por poucas ruas, aglomerados residenciais, situando-se às margens da Lagoa com uma população estimada em 900 habitantes, 292 casas e possui serviços de eletrificação e água encanada. A população usa a Lagoa para tratar alimentos, lavar animais e muitas vezes para uso das suas necessidades biológicas. Conforme fotos de José Nazal.




 Características da Lagoa Encantada
    
                Segundo os estudos (Neylor Alves Calasans Rego), a maior parte da Lagoa Encantada encontra-se no domínio morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares, que compreende sedimentos cenozoicos e mesozoicos da unidade Planícies Marinhas e Fluviomarinhas e inclui os cordões litorâneos, praias, mangues, deltas e a bacia sedimentar do rio Almada. Destacando-se por apresentar um relevo mais movimentado, com várias elevações de forma tabular e, localmente, erosão cársica em rochas calcárias, com relevo pontiagudo e uniforme.
                Lagoa Encantada – com cerca de 7.850 ha apresenta forma mais compacta, quase as mesmas dimensões nas direções Norte sul e oeste leste. Avizinha-se com o Parque Estadual da Serra do Conduru e margeia parte da Lagoa Encantada. Ela situa-se completamente no município de Ilhéus e é a que apresenta a maior cobertura florestal original entre as áreas selecionadas. As formações florestais originais, em bom estado de conservação, perfazem 46%, sendo a Floresta Ombrófila Densa Submontana o principal tipo de formação florestal, ocupando 39% onde se distribui em quatro fragmentos. A Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, que apesar de ocupar apenas 7% da Área , aparece como um habitat único na região da APA e nas proximidades da Lagoa Encantada. A vegetação secundária aparece com destaque, cobrindo cerca de 19% da Área. A Capoeira/Capoeirão (seis fragmentos) é encontrada em ambientes de Floresta Ombrófila Densa Submontana, podendo ser resultante de diferentes níveis de perturbação/alteração.  O antropismo está mais uma vez vinculado aos usos da terra com Lavoura Permanente (Cacau), Pecuária e Sistema Agrossilvicultura. Essas classes perfazem 34% do total da Área , e a pecuária é a principal atividade em termos de extensão (22%).

                    Características geoambientais da Lagoa Encantada]

            Está totalmente inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Almada, e muitos dos seus cursos d’água estão distribuídos nos sentido Norte-Sul, obedecendo às falhas e fraturas geológicas que ocorrem na mesma direção. A área abriga as principais nascentes e partes dos cursos d’água que mantém o nível das águas da Lagoa Encantada.  De acordo com a classificação de Strahler, observa-se que os cursos d’água exibem ordens de 1 a 3, com predomínio daqueles de primeira ordem. Entretanto, são os rios de segunda e terceira ordens quem garantem um volume de água maior para manutenção da Lagoa Encantada. Alteração no uso da terra com desmatamentos indiscriminados das nascentes e matas ciliares e utilização das terras desconsiderando sua capacidade de uso, tem favorecido a diminuição dos volumes de águas dos rios e o assoreamento dos canais fluviais, comprometendo a qualidade e quantidade de água disponível em toda região. De acordo com Barbosa et al. (1996), Silva (2010) e Gomes et al. (2010), as unidades geológicas encontradas na Lagoa são depósitos marinhos e continentais costeiros (QH1/TQd); Grupo Barreiras (Tb); Formação Urucutuca (Kur); d) Formação Rio de Contas (Krc); Complexo Ibicaraí (Apa); Suíte Intrusiva (PSad e PSaa); Complexo Almadina (APs). Nesse sistema está localizada a Lagoa Encantada onde se observa a ocorrência dos mais variados tipos de sedimentos. Na zona próxima à Lagoa Encantada percebe-se, também, a existência de meandros de rios abandonados compostos de areias, argilas, siltes e cascalhos. O relevo encontrado na Lagoa Encantada é menos movimentado que das duas primeiras áreas. As classes de altitude variam de 0 a 350 metros. Identificaram-se, nesta área, três unidades geomorfológicas: Regiões da acumulação; Mares de morro; e Serra, alvéolos e depressões intramontanas. Foram identificados quatro tipos de solos e suas associações: NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico típico; CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico; LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico; e o LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO

* Por Ed Ferreira




sexta-feira, 27 de setembro de 2024

A VERDADEIRA CHAVE DE ILHÉUS

 Acertadamente o PT de Ilhéus escolheu um tema simbólico para as eleições de 2024 que uma chave que deve encaixar numa fechadura e virar para abrir novas portas no sentindo de administrar de uma forma nova e diferente.

Temos hoje quatro modelos de chaves, as quais uma delas terá a oportunidade, se escolhida, definir o destino dos habitantes do município nos próximos quatro anos nas principais áreas como infraestrutura, saúde ,educação, cultura e demais...

 

fotos internet: Chave em forma de arma
 

A chave representada pelo 22, trás uma simbologia do extremismo, transformando a chave em uma arma para ser objeto de ódio, perseguição e da mentira. Travestido de patriotismo, família e religião. Felizmente o chaveiro principal ficou inelegível. Sendo assim essa chave não abre nenhuma porta para Ilhéus em nenhuma das esferas.

  

fotos tiradas da internet: chave cega 44

A chave do AZUL, representada pelo 44, traz o simbolismo de uma chave conservadora de direita que é cega. Uma chave que não se encaixa em nenhuma fechadura, pois além de ser cega não tem grupo político representativo na esfera Estadual e Federal. Sem esquecer que seus representantes saíram do Reino Liliputiano. Criaram inimizades em todas as esferas.  Em Ilhéus o passado do representante é cheio de lembranças de uma postura irregular no serviço público e processos trabalhistas no mundo privado. Bem representado nas estórias em quadrinho do Riquinho que quer brincar de administrar. Só que não tem formação na área e não tem experiencia pública. Uma possível vitória seria o mesmo que condenar Ilhéus a quatro anos de marasmo.

 

fotos tiradas da internet: Chave quebrada 55

A chave AMARELA representada pelo 55, traz o simbolismo de uma chave que conseguiu abrir algumas portas, no entanto confundiu popularidade com populismo e se deixou contaminar pela mosca do poder e quebrou o pacto do grupo que fazia parte. Além de enveredar por outros caminhos a exemplo da ganância e luxuria. A chave não resistiu e quebrou, tornando se inviável para abrir qualquer porta no futuro de Ilhéus. Mesmo o chaveiro sendo do mesmo grupo nada pode fazer.

 

A chave representada pelo 13, traz a simbologia de todas as cores representada no vermelho. É a chave mestra que adentra todas as fechaduras e abre uma infinidade de portas em todas as esferas. Não há dúvidas que essa chave é a mais preparada, experiente, testada e que nunca enferrujou. Além de tudo traz um forte simbolismo: mulher, mãe e medica, essa chave tem nome – Adélia Pinheiro.

Por Ed Ferreira

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

ADÉLIA E AUGUSTÃO VIRANDO A CHAVE

           


               A comunidade de Ilhéus, está tendo uma grande oportunidade de quebrar um tabu ao escolher uma mulher para dirigir o executivo municipal.

              Adélia Pinheiro que acertadamente escolheu o símbolo da chave que ao virar estará destrancando uma fechadura enferrujada ao longo da história, abrindo assim uma nova porta para a geração presente e futura. Um novo capítulo será escrito, uma cidade que foi a sede de uma capitania, prestes a completar 500 anos. Um município banhado pelo oceano atlântico com 84 km de praias lindas, todas bordadas pelo bioma Mata Atlântica, com um clima agradável e equilibrado. Cujo seio abriga uma das culturas mais cobiçadas do planeta que aqui chegou em 1746 e aqui foi adotado o cacau.


               Todos os destinos chegam a Ilhéus, uma posição geográfica privilegiada, estradas como BR101, interligada a Ba 415 que está em plena obra de duplicação, Ba 001 que interliga todo litoral norte sul da Bahia da divisa com Sergipe até Canavieiras e futuramente a Porto Seguro. Uma cidade aberta a vários destinos pelo mar aberto, encurtando as rotas econômicas e turísticas. Um porto de onde chega navios turísticos e saem os produtos regionais e em breve um grande terminal portuário de grãos e minérios que certamente colocará Ilhéus em um patamar econômico mais elevado, abrindo novas oportunidades de empregos e rendas. Um aeroporto doméstico que atende ao turismo e cargas, mas que já tem projeto e lugar definido para um grande aeroporto que atenda todas as demandas regionais de cargas e passageiros.

                O município, graças a visão estratégica dos últimos três governadores da Bahia, Jacques Wagner, Rui Costa e agora Jeronimo Rodrigues, prepararam o mesmo para um grande polo de desenvolvimento, planejando a saúde com bons hospitais a exemplo do Hospital Costa do Cacau que serve a todos os municípios no seu entorno, a Policlínica Regional que tem os equipamentos de última geração e funciona por meio de um consórcio dos Municípios também do entorno. O Hospital Materno Infantil que atende as mães parturientes e as crianças. Hoje Ilhéus é um polo de referência na saúde e está se preparando para ser também um grande polo educacional juntamente com os demais municípios em seu entorno com Universidade Federal, Estadual, particulares, escolas técnicas voltadas para a vocação natural da região, escolas primárias e secundárias do município e do Estado, creches e estudos de tempo integral para jovens.

                Obviamente que o planejamento e a condução de um município tão importante como esse, que foi mal conduzido no passado, precisa de uma pessoa experiente que já tenha sido testada e aprovada no serviço público, que entenda de administração, planejamento, saúde, ciência e educação e Adélia é a única que preenche todos esses requisitos.

Ed Ferreira

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Paisagismo o Desafio dos Futuros Governantes

 


PAISAGISMO SUSTENTÁVEL: Uma alternativa compatível com a realidade regional.




Em qualquer parte da terra ,
um homem estará plantando,
recriando a vida,
recomeçando o mundo.
Cora Coralina


A cidade de Ilhéus se encontra em plena expansão urbana, em consequência dos novos projetos estruturantes que apontam o futuro do município como um dos núcleos de expansão urbana e comercial.

É uma região, até a pouco tempo, eminentemente agrícola, e, abriga áreas do Estado da Bahia de remanescentes da Mata Atlântica e seus biomas associados. Entre eles o bioma praiano de restinga e manguezal.

A proposta de desenvolvimento sustentável procura atender às necessidades da população em todas as áreas, melhorando sua qualidade de vida através da geração e retenção de riquezas e potencialização de todos os recursos existentes.

O desenvolvimento  sustentável tem sido uma estratégia postulada como requisito para dinamizar e articular diferentes processos locais de forma permanente e adequada à realidade.

Essa sugestão se propõe uma consultoria na contribuição do paisagismo, baseado no equacionamento do espaço praiano e urbano, como elemento importante na solução de problemas sociais, econômicos e ambientais na expansão urbana na zona Sul de Ilhéus. Para tanto, procura-se descrever a atual situação em que se encontra o espaço objeto  inserido em um ambiente que sempre teve como foco o turismo predador, o uso de plantas exóticas no paisagismo, o descarte de material de construção.

Com o advento da filosofia sustentável, aplicado a todos os ramos profissionais, as empresas do ramo de construção civil precisam se reformular e adequar os seus projetos para a paisagem local, mantendo as características geográficas em sintonia com o meio ambiente. As construtoras não fazem estudos das plantas que devem compor a paisagem e compram qualquer espécie sem a avaliação de um profissional da área.
 
Na oportunidade, as empresas, exigida pelos poderes públicos, a exemplo da Secretaria de Meio Ambiente, INEMA, Ministério Público Ambiental, apontarão novos caminhos para uma mudança de atitude em relação ao meio onde estão ocorrendo as intervenções, saindo na vanguarda da filosofia sustentável, em relação ao tradicional modelo que utiliza protótipos de projetos paisagísticos fora do contexto local e regional.

Empresas do Ramos de Construção Civil e Incorporadoras 

A partir do momento em que uma empresa resolva construir um condomínio, um bairro planejado e etc., deveriam apresentar também um projeto paisagístico topográfico e um mapa das plantas que pretendem introduzir. Vivemos em um ambiente rico em plantas do Bioma Mata Atlântica, restingas e mangues, nada mais justo do que povoar o ambiente com plantas nativas, frutíferas, advindas do ambiente que os cercam. 
 
O objetivo de adequação dos projetos de expansão urbana está baseado nas ações da nova Proposta Nacional de Produção Sustentável (PNPS):

O paisagismo brasileiro está passando por uma grande transformação e se tornando em uma nova ferramenta na adequação e sintonia com o meio onde houver intervenções humanas seja de uma pequena obra como uma simples casa até as grandes obras que venham requerer EIA/RIMA. Todas acompanham as novas exigências que surgem a partir das experiências e da aplicação das leis, a exemplo da filosofia sustentável.

O elemento chave desse projeto é fazer mudanças positivas na paisagem sem alterar os elementos físicos locais.

A oportunidade dos novos governantes oferecer e se preocupar com a qualidade ambiental, principalmente em cidades  praianas, vai além do interesse de oferecer para seus futuros moradores um ambiente bonito e saudável, mas acima de tudo em sintonia com o meio. A praia é um bem público de acesso a todos, no entanto, a falta de fiscalização por parte dos poderes públicos, a falta de comprometimento do povo que usa a praia como lazer, tornando um ambiente sujo e depredado.

Pensando desta forma, o setor de planejamento da cidade em parceria com as demais instituições deveriam propor  a cuidar e ordenar este ambiente para que todos possam usufruir e conserva-lo para as futuras gerações.

Para que seja de forma ecologicamente correta, devem ser envolvidas espécies de plantas nativas oriundas da restinga local e regional, ou complementar com as espécies já adaptadas ao meio, desde quando as mesmas passem por uma avalição se pode ou não compor a paisagem a exemplo de plantas de sistema radicular que quebre calçadas, suas folhas e frutos entupam as redes fluviais,  que seus galhos não sejam frágeis provocando acidentes, que não exijam podas constantes, que não danifiquem as redes elétricas, que não tenha espinhos que ameacem os habitantes, que não seja de frutos e ou latex venenosos, que o tamanho dos frutos não seja ameaça para provocar acidentes. Tudo isso hoje fica mais fácil de se adequar quando há um trabalho bem direcionado. 

Recomendação

A Zona Sul de Ilhéus o elemento  CHAVE mais importante é  recomposição e manutenção da vegetação de restinga e manutenção dos manguezais, principalmente nas Bacias dos Rios Cururupe, Santana, Cachoeira e Itacanoeira,  com o mínimo de interferência, onde os extratos vegetais serão replantados onde houver estragos; limpeza e manutenção de objetos estranhos à paisagem; facilitadores orientadores a exemplo de lixeiras; fiscalização e manutenção da área, viveiros de replantio e povoamento de espécies locais.
É nesse contexto que o executivo define um trabalho técnico de consultoria, estudos e orientação técnica no paisagismo local.

 Paisagismo Sustentável.

A contratação de uma assistência técnica em paisagismo deve ser um custo das empresas envolvidas com a construção civil. Se preocupar em ordenar a beleza do paisagismo sem uma maior preocupação da origem das plantas ornamentais, longe de querer desvalorizar a beleza das plantas exóticas, mas o que está em jogo é a concepção de uma obra sustentável, valorizando a paisagem local e evitando o mínimo de impacto possível. No Brasil, 80% da vegetação utilizada no paisagismo e arborização urbana é de origem estrangeira ou denominada exótica, quando em verdade deveria ser percentualmente ao contrário.

A proposta de paisagismo passa obrigatoriamente pela concepção de sustentabilidade, ou seja, precisam receber um paisagismo com vegetação nativa e ou regional para poderem minimizar os impactos causados pela construção e reequilibrar o meio ambiente urbano. O que nos leva a refletir na hora de planejar, explorar e escolher a vegetação apropriada e a composição paisagística sem alterar o meio, principalmente quando se tratam de praias, restingas e mangues. Os projetos devem priorizar a vegetação nativa e usar a exótica como complemento de composição. Na zona costeira, não podemos falar em mar e praia sem tratar dos ambientes que estão intimamente ligados a eles, por extensão trata-se também das dunas e restingas, pois um dano que ocorra num desses três ambientes afetará também aos demais. 
As praias de Ilhéus são muito procuradas e muito frequentadas por turistas de várias partes do Brasil e do mundo, principalmente por turistas das cidades circunvizinhas que exploram os longos dos 84 km de praias. No entanto, apesar do município possuir “Plano Diretor” e um “Projeto Orla”, não é cobrados e fiscalizados como deveria.
O espaço é público e todos tem acesso, assim reza a Carta Magna Brasileira. No entanto, como não há uma fiscalização por parte do município, e os mesmos não tem uma consciência ecológica alicerçada, acabam deixando rastros de lixo para trás.

Toda recreação à beira-mar faz com que a degradação desse ambiente costeiro se dê de forma bem acentuada, afinal, a maioria dos municípios da zona costeira é desprovida de sistemas adequados para coleta e disposição final dos efluentes líquidos produzidos pelas pessoas que ali se encontram e ou visitam. 

O cordão litorâneo I envolve a vegetação rasteira ou reptantes, fica entre o final das marés e a vegetação de maior porte. É uma faixa de aproximadamente 3 a 5 metros que em determinada parte do ano é banhado pelas águas do mar no período de grandes marés, conhecido como linha da praia. Nele há uma forte presença de plantas adaptadas à água salgada e arreia, a exemplo da ipomeia. Nos lugares de formação de dunas as faixas são maiores.

O cordão Litorâneo II, inicia a forte presença da restinga, bioma ligado a Mata Atlântica presente em todo litoral baiano.

Área restinga ou de arbustos de médio porte

Apesar de, em geral, não ter uma flora bem definida , as restingas se destacam por sua importância ornamental e paisagística, uma vez que nela podemos encontrar uma variedade de bromélias ,cactos , quaresmeiras, espécies de frutos comestíveis, entre os quais o caju, a pitanga e o araçá boi. Cabe também destacar a grande importância medicinal das restingas, pois ela guarda informações ainda desconhecidas do público, mas que estão sendo alvo de pesquisas, a exemplo do Guajiru (Chrysobalanus Icaco L.).

As restingas são também protegidas em algumas Constituições Estaduais brasileiras, que, além disso, determinam sua condição de área de preservação permanente, como exemplo destes estados, temos, a Bahia e o Espírito santo.

A restinga também é estratificada, mas aqui especificamente é identificada a restinga herbácea onde a forte presença de palmáceas de restingas (Allagoptera arenaria) caxandó, bromélias, cactos, ipomeias  ,( Ipomoea pes-capre), amendoim da praia e etc.

Planejamento das espécies a ser usadas na paisagem de praia

Na região objeto da matéria desenvolve-se a flora conhecida como vegetação de restinga, que envolve comunidades vegetais reptantes e arbóreas, selecionadas de acordo com as suas tolerâncias fisiológicas, morfológicas e reprodutivas.

São plantas extremamente adaptadas às condições de salinidade, insolação, umidade e abrasão pelos grãos de areias trazidos pelo vento, como cactos, caxandós, ipomeias e clúsias. Estas têm um papel importante no equilíbrio da região costeira, servindo como um controlador da linha da praia, retendo a areia que é levada pelo vento ou mar, também evitando a erosão pela chuva ou escoamento de água superficial.



Os Benefícios de adoção de um paisagismo sustentável:

• Criação de nichos ecológicos;

• Maior biomassa vegetal;

• Baixa irrigação e manutenção;

• Atração da fauna ornitóloga;

• Respeito aos biomas brasileiros;

• Não uso de espécies invasoras;

• Beleza estética;

• Atendimento as certificações verdes.